OFERENDA...ENTREGA...RENÚNCIA

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Quando o dirigente espiritual diz: “Meu filho, você precisa fazer uma oferenda”. Não importa se é para um orixá ou para uma entidade, nossa resposta costumeira é: “pra que dia, Pai Leopold?”, e ele responde: “para ontem, meu filho”.

E nosso pensamento avalia: “nossa, devo estar carregado mesmo!” Ou, “não devo estar em sintonia com o meu guia espiritual”. Esquecemos de considerar o real significado de uma oferenda, de uma entrega, que é o de presentear, de entregar, de renunciar-se, atos esses que só podem ser feitos de forma altruísta.

Quando selecionamos os itens para uma oferenda, são necessários materiais que tenham a representação dos quatro elementos básicos universais: água, terra, fogo e ar. Esses são elementos primários que participam da formação do nosso planeta, assim como da nossa constituição física.

Ou seja, se quero pedir algo ao universo, é de bom alvitre que eu manipule substâncias que tenham energia semelhante ao que quero rogar. Sabemos que tudo é energia, então, se queremos pedir um bom emprego, um bom relacionamento, saúde, clareza mental, maturidade emocional, os elementos a serem trabalhados estão no astral e, para os nossos olhos, eles se aglomeram e se combinam, resultando na matéria que vemos e tocamos.

As bebidas, fumos, elementos naturais (flores, frutas), tudo representa a parte concreta do ritual que é percebida pelos nossos olhos da carne e que desperta, através do consciente, o nosso inconsciente, que, por sua vez, vai condensar e plasmar toda a energia necessária para o que queremos pedir.

Esse é o momento de entrarmos em prece e sintonizarmo-nos com a espiritualidade amiga para que ela capte o que desejamos e nos abasteça com os nutrientes astrais necessários para alcançarmos o que buscamos.

Parece algo simples, não é mesmo? Mas, nem sempre, sentimos a energia fluir tão solta nesses momentos. Estamos carregados emocionalmente, psicologicamente, fisicamente, por pensamentos e atitudes de baixo calão. Contaminamo-nos com hábitos e palavras negativas que afastam de nós as boas influências.

Por isso, costumamos ouvir que: só recebe aquele que tem merecimento. Afinal, não tem como o universo conspirar ao nosso favor por meio de elementos tão nobres, quando na verdade estamos poluídos pelas nossas cargas astrais.

A questão, muitas vezes, não é a demanda de terceiros. Mas sim a “autodemanda” que fazemos, o cultivo do adoecimento energético através das nossas crenças negativas.

Quando damos algo de presente a alguém, fazemos de coração aberto. Esperançosos que o outro goste, que se sinta feliz, lembrado, cuidado. Essa é a energia do amor. E é ela que devemos buscar quando vamos realizar uma oferenda. É um momento de entrega mental e física. Esteja de corpo e alma para que, após pedir, você perceba os sinais que Deus enviará para que alcance o que almeja.

Aí está a renúncia: desfazermo-nos de nossas amarras mentais, dos nossos medos, dos nossos limites, da insegurança, da raiva, do desejo de vingança, seja contra o outro, seja contra nós mesmos, e colocarmo-nos com o coração limpo para esse momento de comunicação entre nossa alma e o Altíssimo. É darmos para o cosmos aquilo que estamos pedindo.

O que pensarmos, então, quando nos for solicitada uma entrega: “preciso fazer as pazes comigo mesmo, sintonizar com o meu eu, desfazer-me de toda a bagagem ruim que carrego, entregar-me a Deus”.

“Deixai ali mesmo, diante do altar a tua oferenda, e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão.” (Mateus 5:24).

 

Namastê!

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