Ervas (7)
“Ogum venceu demanda, nos campos do Humaitá
Cruzou sua espada na areia, lavou seu escudo no mar ...”
Vence demanda, também conhecida como quebra-demanda, justicia, erva-de-ogum, salgueiro folheado, abre-caminho, quebra-tudo, vence-tudo, possui o nome científico justicia gendarussa. Um pequeno arbusto de até 1,5 m de altura, ereto e ramificado, produz flores pequenas rosas, azuis ou lilases, dependendo do clima e do solo.
É uma planta ornamental e há pesquisas científicas em andamento sobre suas propriedades medicinais e místicas.
Na América do Sul, África e Índia, a planta vence demanda já vem sendo usada em casos de asma, reumatismo e cólicas. Na Indonésia, tem-se estudado o potencial da planta como base para uma pílula anticoncepcional para homens.
Seu nome popular, quebra demanda, faz referência ao efeito de proteção que a planta pode ter tanto em ambientes quanto em banhos, benzimentos e “bate-folhas”. Constitui poderoso quebrador de demandas ou magias mentais projetadas, chamadas popularmente como olho gordo e inveja.
No Brasil, no início da colonização, foi amplamente usada pelos índios para tratar contusões, em forma de emplastro e compressas.
O uso medicinal no Brasil diminuiu, devido à toxidade da planta. No entanto, continua sendo utilizada para a finalidade espiritual, pois a planta traz em si muita energia vital (prana), que tem o poder de quebrar as demandas da vida, de acordo com o merecimento de cada um.
Quando se fala em demanda, não é apenas aquela emanada para nós, mas inclusive a que projetamos em nosso mental e tomamos como verdade absoluta, partilhando com angústia nosso sofrimento, criando formas-pensamento que necessitam ser quebrados.
Nesse sentido, nos momentos em que insistimos em ficar aprisionados em questões prejudiciais e sentimos que os nossos caminhos não vão para frente, podemos fazer uso magístico da vence-demanda, por meio de banhos do pescoço para baixo, por exemplo. Essa planta, com toda a sua energia etérea, pode nos ajudar a vencer essas dificuldades.
É conhecida como a erva do Orixá Ogum (o vencedor de demandas) e também do Orixá Iansã (a senhora dos ventos, que afasta o que está morto e dá o movimento necessário à vida).
Tira dúvidas:
Prana: Energia de vida que mantém o corpo vivo e forte; as plantas são condensadoras dessa energia vital. Elas absorvem a parte que é necessária para a manutenção da sua vida e irradiam o restante para o ambiente.
Formas-pensamento são criações mentais que utilizam a matéria fluídica ou matéria astral para compor as características de acordo com a natureza do pensamento.
Médium Ângela Maria Barbosa
Inspirada por Cabocla Jupira.
“Cheirou, como cheira Umbanda,
Umbanda cheirou guiné...”
Originada na América do Sul, mais precisamente na Amazônia, encontrada em alguns lugares da América Central, a guiné (Petiveria alliacea L.), também conhecida como tipi ou amansa-senhor, possui um forte cheiro de alho nas folhas e raízes, possui flores brancas ao final do caule, floresce todo ano e gosta da forte luz do sol.
Com fortes propriedades medicinais, tem uma grande capacidade anestésica e analgésica. Por isso, é excelente para dor de dente, dor de cabeça, dor de garganta, dor nos pés, dentre outras. Para que possa auxiliar no tratamento dessas dores, é necessário fazer o uso externo da planta, como um escalda pés ou como, por exemplo, uma compressa.
Caso esteja com dores como reumatismo ou inflamações na pele, a compressa pode ajudar a amenizá-las e irá acelerar a cicatrização. É importante salientar que a guiné é uma planta tóxica e, por isso, não pode ser ingerida.
Na Umbanda, a guiné, pertencente ao Orixá Oxóssi, nos mostra que, além de suas propriedades químicas, tem o poder de também trazer energia e força de um ou mais Orixás. Com um grande poder energético, é indicada para limpezas mais densas, pois retira parasitas astrais e cura desequilíbrios emocionais.
“Defuma com as ervas da Jurema, defuma com arruda e guiné”, como já diz esse ponto tão tradicional na Umbanda, em um ambiente, seja com a planta em um vaso na porta ou como um defumador, ela pode criar um “campo protetor”, bloqueando energias negativas e trazendo bem-estar ao local e ao nosso corpo, ou seja, faz a transmutação de energia negativa para positiva, cortando laços energéticos que podem ser feitos com espíritos emocionalmente desequilibrados e restaurando a nossa aura. Proporciona, assim, proteção e renovação nos processos de transformação interior.
É necessário lembrarmos da importância do nosso equilíbrio energético para nossa mente e emoção, pois, quando estamos abertos a receber energia positiva, com pensamentos benéficos para conosco e com as demais pessoas, fica mais fácil o trabalho da espiritualidade como um todo, bem como na manipulação das ervas.
Que possamos, então, estar cada vez mais conectados com esses pensamentos, sempre buscando afastar, de nosso mental, pensamentos depreciativos e buscando plenitude e bem-estar! Que assim seja!
Referências:
<https://www.youtube.com/watch?v=iQFvhjLu4JM> Ervas: Ciência e Umbanda.
< https://www.remedio-caseiro.com/beneficios-cha-de-guine/>
< https://www.greenme.com.br/morar/faca-voce-mesmo/5316-guine-agente-antitumoral-defumacao-banho>
ACVE. Apostila Umbanda.
CAMARGO, M. T. L. A. ; As plantas medicinais e o sagrado. A Etnofarmacobotânica em uma revisão historiográfica da medicina popular no Brasil.l. 1ª. ed. São Paulo: Ícone Editora, 2014. v. 1. 280p .
Nome científico: Citrus sinensis;
Árvore de folha perene da família das rutáceas. A laranja, como todos os cítricos, é uma fruta composta de vários gomos que se unem para formar uma fruta aparentemente simples.
Segundo pesquisas, é originária da Ásia, por volta de 4000 anos atrás; introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses.
Seria muito simplório descrever apenas o uso espiritual da laranjeira. São tantas maravilhas que a laranjeira nos oferece que não poderia deixar de relatar suas propriedades medicinais, desde as cascas de seu tronco, folhas, formação das flores até o fruto em si.
Laranja: lembramos logo da vitamina C, porém a laranja é bem mais que isso. Fornece-nos açúcares, minerais, ácido fólico, fibra, ácidos orgânicos, carotenóides, elementos fitoquímicos, flavonóides e limonóides. Cada uma dessas substâncias age de uma maneira espetacular no organismo. É praticamente um “crime” deixar faltar esse fruto em nossa mesa.
As substâncias da laranja contribuem para vencer a prisão de ventre, bem como para prevenir doenças alérgicas. É também muito eficaz para a desintoxicação por ácido úrico no corpo. Devido àquela casquinha branca, que é rica em pectina, um tipo de fibra solúvel, faz descer o nível de colesterol na corrente sanguínea, reduzindo o risco de infarto, trombose arterial, arteriosclerose e de afecções coronárias, além de ser de grande utilidade na prevenção da degeneração macular da retina.
Para que se consiga absorver tudo o que a laranja tem para oferecer, é necessário o consumo diário de pelo menos 4 a 5 unidades do fruto.
Foram encontradas as seguintes informações em estudos sobre as propriedades das cascas, folhas, flores e frutos em geral:
- Quanto à toxidade: os extratos1 das cascas e folhas mostraram toxidade para o fígado quando ingerido em altas doses. Por sua ação de rebaixamento da produção de hormônios tireoidianos, os extratos das cascas devem ser evitados por pessoas que possuem hipotireoidismo.
- Na Nigéria, os estudos mostraram que o extrato da casca de laranja agiu como excelente antioxidante contra os radicais livres. E as folhas agiram no controle da diabetes.
- Na Argélia, um outro estudo realizado demonstrou que não apenas as cascas, mas as folhas também contêm ação antioxidante.
- Os óleos essenciais da casca de laranja foram testados na Espanha e foram muito eficientes em combater o desenvolvimento de diversos tipos de fungos.
- Em um estudo indiano, uma preparação feita a partir das cascas de laranja, romã e banana mostrou-se muito eficiente em controlar a obesidade e o hipertireoidismo.
Uso Popular
O chá das folhas alivia o stress, age como sedativo natural; por possuir propriedades espasmódicas, combate as cólicas estomacais, combate a diarréia, reduz a febre, alivia as dores de cabeça e funciona como suplemento alimentar no combate à anemia.
Como experiência pessoal, minha avó materna sempre fazia chá de folha de laranjeira antes das crianças dormirem, ficavam calminhas e dormiam bem a noite toda.
A dificuldade, na época, de encontrar uma farmácia era enorme, não havia hospital nem posto de saúde, a única opção era recorrer aos conhecimentos adquiridos por nossa ancestralidade. Em combate à febre, minha mãe colocava o chá das folhas de laranjeira em uma bacia na temperatura da febre e nos deixava “de molho”. Depois ainda dava o chazinho adoçado com um pouco de mel. Não sei se era a fé, o carinho ou as propriedades da erva, mas eu e meus irmãos ficávamos sem febre, sem dores e com um sono tranquilo e renovador. Experiência essa que levo adiante com meus filhos.
Uso espiritual
O erveiro da Jurema, Adriano Camargo, em seu livro Rituais com ervas, na página 137, relata, dentre muitas coisas, que a casca do fruto, depois de seca, é usada em defumações para purificação e energização de ambientes.
Bastante indicado para locais de trabalho e comércio.
Repõe a energia vital.
As folhas seguem o mesmo padrão, proporcionando uma melhora na energia e disposição para o dia-a-dia, mas de forma leve e contínua.
Segundo o erveiro, é a erva do Orixá Xangô.
Nas outras fontes pesquisadas, não foi encontrado algo de muito diferente, acrescentando que o uso das folhas de forma contínua age como um antidepressivo leve, restaurando, assim, a alegria, reenergizando o espírito, restaurando a vontade de viver.
Intuída pela cabocla Jupira, com permissão, relato seu uso de maneira espiritual em minha vida, associando esta planta ao Orixá Oxóssi, devido ao sincretismo religioso, por São Sebastião ter sido amarrado em um tronco de uma laranjeira. Minha mãe dizia que era o chá dos estudantes, pois, além de ser calmante e relaxante, ajuda na concentração. Excelente “pedida” para quem vai meditar, estudar ou trabalhar exaustivamente a mente.
Contribui para o seu encontro interior.
Laranjeira é uma planta que não pode faltar em nossa vida!
1EXTRATO: substância líquida, feita geralmente com álcool de cereais, onde é embebida a planta e deixada “curtir” de 7 a 15 dias se a erva for fresca, por 30 dias ou mais, se for seca, para extrair as propriedades da planta. É utilizado em gotas, com meio copo d’água.
Bibliografia:
Youtube.com- Autor da própria saúde, Daniel Forjaz, Laranja.
Roger, Jorge Pamplona. O poder medicinal dos alimentos. Tatuí-SP: Casa Publicadora Brasileira, 1ª Ed. 2006.
Camargo, Adriano. Rituais com Ervas: Banhos, defumações e benzimentos. 3ª Ed. Editora São Paulo: Rio de Janeiro: Livre expressão, 2014.
Essa planta mundialmente conhecida tem sido documentada há mais de 2500 anos como erva. De fragrância agradável, era usada desde a mumificação e perfumes egípcios à erva medicinal.
A alfazema é analgésica, excelente para dores de cabeça, mas para quem já é viciado em analgésicos, como o paracetamol, um simples chá dessa erva não vai resolver, pois seu uso precisa ser contínuo - tomar o chá e ficar relaxado. Como protetor gástrico, tem eficiência: ela “acalma” o estômago, ajudando a eliminar o desconforto gástrico e eliminar os gases intestinais.
É cicatrizante, excelente para quem tem uma ferida que não sara nunca. Fazer um chá sem açúcar e “banhar” o local, ajuda na formação das células, fechando a ferida. É antisséptica, reduz e, até mesmo, elimina bactérias. Foi muito usada nas máscaras na época da peste negra, quem usava a máscara embebida em solução de alfazema não se contaminava; ou seja, quem quiser substituir o álcool em gel como antisséptico das mãos pela alfazema é só usar como tintura1, ou misturar uma porção de chá para duas de álcool, e estará mais que protegido. Atua também como calmante, é considerada um antidepressivo leve, trazendo ao indivíduo sensação de paz e bem-estar.
Antigamente era conhecida como Nardos, inclusive há citações na Bíblia como no evangelho de João 12:3, onde o escritor relata que Maria ungiu os pés de Jesus com nardo e, com os seus cabelos, o enxugou, deixando tudo perfumado. Embora os estudiosos dividam-se em suas opiniões.
Os estudos foram avançando e hoje sabe-se que lavanda, alfazema ou nardo são plantas semelhantes, com usos parecidos. Pertencem ao mesmo gênero da planta com espécie e subespécie diferentes, hoje catalogadas com 39 espécies de plantas com flores e 115 variedades de alfazemas cultivadas em todo o mundo. Seu nome vem do latim, lavare, que significa lavar.
No Brasil é popularmente conhecida como erva-cheirosa, erva-santa, erva-de-Nossa-Senhora, Erva-de-Colônia ou Mimo-do-Brasil.
Na Escola de Medicina da Universidade de Miami, foi comprovado, por meio de eletroencefalograma, que o óleo de lavanda aumenta as ondas beta, que provocam um estado mais relaxado; além de ser o melhor óleo para trabalhar o chakra laríngeo, pois melhora a comunicação, promovendo o equilíbrio e a harmonia.
Você sabia que para produzir um litro de óleo de lavanda, são necessários 100 a 200 kg de flores? Isso ocorre, porque essa parte da planta é a mais aromática.
Segundo o erveiro Adriano Camargo, a Alfazema encaixa-se no grupo das ervas mornas, tendo um papel essencial na manutenção da saúde do nosso corpo físico-espiritual.
Seu uso é vasto: desde pomadas, emplastros, infusões, chás, tinturas e óleos à perfumes e desinfetantes.
Na Umbanda é amplamente usada na defumação. É a erva de todos os Orixás, que purifica e devolve energia, ajuda no mental, harmoniza o ambiente.
Qual o vovô ou vovó que nunca nos recebeu com uma erva de alfazema ou um perfume dela?
Sentimos tranquilidade, segurança, paz, amor, além de ser acolhedora, aconchegante, branda, é perfumada como abraço de mãe!
Não é à toa que é a erva preferida de nossa mãe Iemanjá e de mamãe Oxum!
Dica: Para o chá dessa erva maravilhosa, usa-se uma colher de café com ervas picadas para uma xícara de chá.
Obs: Nunca exagere em seu consumo, usar uma erva com responsabilidade é praticar o autoamor.
1 Tintura: é uma forma de preparação em que se extrai os princípios ativos das plantas medicinais, utilizando-se álcool. De preferência, deve ser usado o álcool de cereais no preparo. Fonte: https://www.cpt.com.br/dicas-cursos-cpt/tinturas-com-plantas-medicinais. Acessada em 04/10/2018.
Fontes:
PRINCE, Shirley-Guia Prático de Aromaterapia: como usar óleos essenciais para ter saúde e vitalidade-Ed.Siciliano,SP,2ª Ed,1989.
CAMARGO, Adriano-Rituais com Ervas: Banhos, Defumações e Benzimentos-Livre Expressão,SP,3ª Ed,2014.
http:// magiadailha.blogspot.com
“Alecrim, alecrim dourado, que nasceu no campo sem ser semeado...”
Na verdade, o alecrim não tem nada de dourado, a música folclórica brasileira é uma adaptação de uma música pertencente ao folclore português, em cuja versão original, cantava-se “alecrim aos molhos...”, segundo a folclorista Oneyda Alvarenga, em “música popular brasileira”.
O mais provável alecrim da música é o Rosmarinus Officialis, muito comum no mar mediterrâneo, nasce em todos os lugares sem ser semeado, e que se adaptou muito bem nos climas tropicais, inclusive no Brasil. Traz consigo propriedades medicinais, já comprovadas cientificamente, como analgesia, anti-inflamatória, ansiolítica, protetora dos órgãos internos como baço, fígado e pâncreas e age muito bem no tratamento coadjuvante de artrose, artrite, reumatismo e fibromialgia.
Na Umbanda ela é usada na defumação, nos banhos de amaci e é a erva preferida dos Erês, não é à toa que é conhecida como a erva da alegria. Como tem propriedades ansiolíticas, age no tratamento da depressão leve, aumentando os níveis de serotonina e trazendo, de volta ao organismo, a alegria e a vontade de viver.
O alecrim age no plexo solar, ajudando o indivíduo a encontrar seu equilíbrio, trazendo-lhe boas energias e, consequentemente, afastando as influências negativas.
No dia-a-dia, pode ser usado em forma de óleos essenciais, pomadas, chás e tinturas.
Não podemos esquecer do nosso alecrim do campo, conhecido também como alecrim do mato ou vassourinha, que nasce em todo o país, principalmente no cerrado, possui praticamente todas as propriedades que o Rosmarinus possui, com algo a mais de especial. A pesquisadora Denise Leitão descobriu que o alecrim brasileiro, Baccharis Dracunculifolia, é eficaz nos tratamentos de gengivite, candidíase, cárie dentária, aftas e herpes. Além de ser a planta que ajuda as abelhas na produção da própolis verde. São 13 os tipos de própolis catalogados no Brasil, segundo estudo da Unicamp - e constatou-se que a própolis verde é a mais benéfica de todos os tipos.
É importante ressaltar que o alecrim usado internamente, em excesso, é tóxico, pode causar desde um mal-estar a processos inflamatórios, podendo levar, inclusive, à falência dos rins. Além de ser abortivo e aumentar o fluxo menstrual, pode provocar um processo hemorrágico.
Nota: pode-se beber o chá de alecrim, mas com moderação, afinal, tudo em excesso prejudica a saúde. O chá de alecrim deve ser feito com apenas uma colher de chá para uma xícara de água, até duas vezes ao dia!
Alecrim, uma das ervas de nossa Umbanda Sagrada. A erva dos Erês, a erva da alegria!
Com um grande poder para atuar em nosso campo energético, as ervas possuem grande quantidade de energia vital, essa que está presente em todo o Universo. Na Umbanda vemos o uso de ervas em diversos rituais, como no amaci, na defumação, nos fumos das entidades, entre outros.
É importante lembrar que as ervas são ferramentas de auxílio para que haja uma limpeza energética que auxilie no equilíbrio das emoções e pensamentos positivos e, assim, o equilíbrio energético seja restabelecido, não sendo a solução dos problemas espirituais. Algumas entidades, como os pretos-velhos, caboclos e outros, são grandes conhecedores e manipuladores das ervas e as utilizam como instrumentos de limpeza, repondo energia e limpando a aura.
No ACVE foi criada a Horta Medicinal Oraiva de Ramos Almeida, que tem o intuito de proporcionar aos médiuns e às entidades a facilidade para que possam trabalhar com as ervas, sem que necessitem adquirir em outros lugares, e sim no próprio terreiro.
Na horta encontramos vários tipos de ervas, dentre elas temos arruda, alecrim, alfazema, manjericão, lavanda, losna, hortelã, bálsamo, todas essas com diferentes propriedades que atuam no reequilíbrio energético.
Antes da colheita das ervas, algumas firmezas são feitas pela responsável, Ana Maria de Castro, pois acreditamos que a oração potencializa a ação das ervas. Em seguida, começa o preparo de pequenos maços com diferentes tipos de ervas, sendo comum colocar arruda, alecrim, lavanda, manjericão e hortelã. Esses maços são disponibilizados para os médiuns e os interessados devem procurar a responsável pela Horta Medicinal para saber como proceder.
Salve Ossain! Salve as folhas sagradas!
“... sem folha não tem sonho,
sem folha não tem vida,
sem folha não tem nada...”
Música “Salve as folhas”, de Maria Bethânia.
Qual a missão das plantas em nosso planeta? As plantas são os seres do reino vegetal capazes de colher sua própria energia de subsistência e constituem a base da cadeia alimentar. Por isso, são conhecidas como produtores.
Seus usos na agricultura, ecologia, homeopatia, fitoterapia, alquimia, nutrição funcional, religião, etc. elevam-nas como missionárias nas curas das almas. Elas possuem os mistérios, poderes e forças divinos, os quais, ativados por nós, humanos, e pelas entidades com quem trabalhamos, possuem a função de reequilibrar os distúrbios energéticos dos pacientes, a partir da extração do fluido vital delas.
Isso se dá pela reversão e desprogramação da vibração característica da causa do dano ou desequilíbrio. Significa que tratar a doença é sintonizar aquela energia na frequência correta e, no caso, usamos a vibração do fluido vital das plantas para isso.
Exemplificando, se há um desequilíbrio diagnosticado como asma, provavelmente a vibração do chacra laríngeo está errada. Podemos reequilibrá-la de diversos meios com o uso de vegetais, seja por chás, xaropes, benzimentos ou defumações.
Quanto à linha de ervas de uso ritualístico, temos a classificação de quentes, mornas e frias, que respectivamente atuam com limpeza profunda, reposição de energia e ativação e reforço de vibrações do ambiente ou do paciente. Esse uso ritualístico refere-se à ação de magia e, por isso, deve ser orientado por uma entidade e conhecido pelo médium que a pratica.
As ervas na umbanda podem ser usadas em banhos de amaci, defumação, fumo de entidades, bate folhas, benzimentos, rapé e delimitação de campos energéticos. Assim, quando o preto-velho bafora o cachimbo, ele está usando o elemento fogo com as propriedades daquele fumo, tal como ocorre na defumação. Os mistérios das ervas são ativados no amaci, no seu preparo e com a ajuda do elemento potencializador da água. O rapé atua na percepção e emoções do cérebro, que, por meio da inalação, entra em contato com a corrente sanguínea e altera o estado de ânimo do médium.
Existe um orixá associado à energia de Oxóssi, guardião dos mistérios das ervas: Ossain. A ele devemos solicitar a permissão para o uso das ervas em nossos rituais e agradecer por essa dádiva divina.