“Salve o Sol e salve a Lua, salve São Sebastião! Salve o Povo da Jurema, com a sua proteção!”

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A Jurema, além de representar uma falange de caboclas, um culto iniciado no Nordeste brasileiro, ou até mesmo uma árvore, também representa algo maior, que é a Mãe Natureza. A palavra Jurema compreende a energia da Natureza, em especial, das matas. 

Então, quando a Curimba cantar pontos (“músicas”) sobre Jurema, deixe seu pensamento se remeter à Natureza. No momento da Defumação ou do passe de caboclos, por exemplo, imagine uma bela mata, onde você possa se sentir em paz, física e mentalmente. Assim, você estará em maior contato com essa energia e permitirá melhor assimilação dos bons fluidos que se fazem presentes no terreiro de umbanda.

Nas religiões de origem africana, tem-se que Oxossi (Orixá das Matas) é irmão de Ossain, que é conhecido como o Orixá das Ervas. Sabemos que Orixás não são espíritos, sendo assim, para nós, umbandistas, essa relação acontece porque ambos estão relacionados à mata, ao verde.

Enquanto Oxossi é o caçador e desbravador, Ossain é o curandeiro que estuda as plantas, buscando conhecer seu poder. Ossain, Ossanha ou Ossãe, conhece os segredos contidos em cada folha e, por meio de suas palavras, ele ativa o poder de cada uma delas.

“...Sem folha não tem sonho, sem folha não tem festa, sem folha não tem vida, sem folha não tem nada...”. Trecho da canção “Salve as folhas”, interpretada por Maria Bethânia.

As ervas possuem o bioplasma, equivalente ao ectoplasma dos seres humanos, que é capaz de exercer influência sobre nosso corpo. Ou seja, cada erva possui uma função específica, de equilíbrio da aura, harmonização, calmante, descarrego, energização, abertura de chakras, assim como para o tratamento de doenças de pele, de alguns órgãos, como coração, fígado, estômago, rim, tratamento de pressão alta, etc.

Quantos de nós já não fizemos uso de chás de determinadas folhas, banhos e remédios naturais? Por isso, vale lembrar que todo remédio pode ser um veneno se não for usado na dose certa e no momento propício.

Tudo isso quer dizer que, se quisermos tomar um banho de ervas ou fazer uma defumação, é de extrema importância que se tenha o conhecimento sobre suas propriedades, afinal, nem todas elas podem ser colocadas juntas e nem todas servem para banho ou para defumação. 

Além disso, sabemos que existem espíritos guardiões de cada elemento da natureza e dos mistérios que os acompanham. Sendo assim, antes de colher uma erva e antes de tomarmos o banho ou nos defumarmos, devemos pedir licença e permissão à Mãe Natureza, para que possamos usar aquele elemento, de forma que a energia contida ali possa ser a mais eficiente possível e direcionada aos desígnios do bem.