PADRE JOÃO

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Que a paz de Nosso Senhor Jesus esteja sempre convosco. Caros irmãos, venho hoje, por meio deste espaço sagrado, com o propósito de difundir o conhecimento para aqueles que buscam. Esse jornal é feito com tanto carinho e compromisso por aqueles que o fazem sem nada ganhar materialmente, mas recebem os bônus do conhecimento e as graças de instruir todos aqueles que puderem beber desta água sagrada que é o conhecimento.

Chamo-me João. João Carneiro da Silveira de Aragão. Padre João. Em uma das minhas últimas encarnações, fui padre atuante no século XVIII, no interior de Minas Gerais neste Brasil, que, desde a época, já pulsava como coração do mundo, a pátria do evangelho. Como o grande coração de Jesus, este país é destinado a receber pessoas de todas as crenças, credos e raças. Recebe ainda reencarnações de muitos irmãos em início de aprendizagem e que necessitam passar pelas provas e expiações pelos erros cometidos em diversos locais do planeta.

Desde a sua promulgação, a umbanda me encanta: a todos receberemos. A nenhum renegaremos. Com os mais sábios, aprenderemos e, aos menos instruídos, ensinaremos. Frases dele, Gabriel Malagrida, Cabocolo das Sete Encruzilhadas, fundador dessa religião que socorre todos que necessitam, sem cobrar nem um obrigado. Com a retidão de um líder indígena, abriu as portas da espiritualidade para que os espíritos, sob as mais diversas formas, pudessem se mostrar e trazer a sua mensagem de amor, fundamentada principalmente no combate aos preconceitos arraigados em um país que não renega ninguém.

Pude, em minha encarnação como padre, conviver com pessoas de diferentes origens: negros, índios, europeus de diferentes países. Nasci em Portugal, no ano de 1693, e cheguei ao Brasil ainda noviço na igreja católica, com apenas 18 anos. Como cumprimento de promessa de meu pai que, caso minha mãe sobrevivesse ao meu parto, eu seria entregue a Deus. E assim fui. E ainda criança, vim para o Brasil catequizar e disseminar a religião católica por estas novas terras.

Apesar da viagem sofrida e da difícil adaptação, nunca senti receio da missão recebida. Tanto a de padre como a de estar no novo mundo em colonização pelos portugueses. Nasci para levar a palavra de Cristo para todos aqueles que pudessem ouvir e estar na igreja católica, em um novo local de povoamento, era uma grande oportunidade. Apesar de todas as burocracias e exigências sacerdotais, o ser humano sempre me compadeceu. Minha missão é, até hoje, cuidar daqueles que sofrem.

Eis o motivo de estar aqui, escrevendo este texto. O mundo é cheio de caixinhas. De certos e errados. De verdadeiros e falsos. É sabido que o universo é regido pela dualidade, mas não por essas que citei. Essas advêm do julgamento limitado do humano sobre as coisas. Um padre na umbanda pode, assim como pode muçulmano, budista... Na verdade, digo a vocês que a maior parte dos espíritos que trabalham na umbanda atuam em outras religiões também. Cada uma com sua forma. A espiritualidade auxilia a todos no que for necessário. A única coisa que importa é levar o auxílio necessário e merecido a cada um.

Talvez você que está lendo este texto não seja umbandista. Talvez você não acredite em espíritos e chegou até esse texto sem nem saber o porquê. A você, irmão, digo que a fé é única e a mesma para todos. A forma de cultuar, ou melhor, de conectar-se a Deus é única e individual. Cada espírito tem sua forma de buscá-lo e todos eles, para encontrar esse caminho, devem buscar encontrar-se. Todos somos a imagem e semelhança divina. Todos possuímos essa centelha criativa que é o pensamento. Todos somos Deus em busca de encontrar o Nosso Pai Maior.

E é esse encontro consigo que está faltando aos encarnados. Muito se fala de amor, de caridade, de compaixão. Muito se fala de auxiliar o próximo, de cuidar dos menos abastados. Pouco se procura ser amoroso, caridoso e ter compaixão consigo mesmo. Cuidar de si é a primeira caridade que todos devem fazer. Permitir-se ser você. Sentir-se. Questionar-se. Conhecer-se. Muito se busca ser o que o(s) outro(s) quer(em) que seja. O que a sociedade visualiza como o que é bom e o que se deve fazer.

Amar a si próprio é saber respeitar seus limites. É dizer não por aceitar que ainda não é capaz de dizer sim. É ter seus gostos, sonhos, qualidades, defeitos. É saber que tem dias bons e ruins. Que existem coisas que te alegram e coisas que te incomodam. E que, por mais parecido que você possa ser com alguém, ninguém será igual a você. Só é possível compreender o outro e ver nele alguém que também está em uma caminhada evolutiva quando você se aceita como tal. Que não é melhor nem pior. Que podem estar em estágios diferentes desse percurso, mas que podem e devem auxiliar todos que puderem em suas caminhadas, pois isto também auxiliará a sua.

 

Espírito Padre João, Médium Thiago Lobo.

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