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TEMPLOS E CASTELOS

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Castelo é uma estrutura fortificada, residência de um nobre; para sua construção, são necessários pedra, madeira, ferro, terra. Por ser a morada de um nobre, é cercado de luxo e riquezas materiais.

Um templo, por sua vez, é uma estrutura construída em honra a alguma divindade, cercada de um simbolismo cósmico, onde ocorre algum tipo de atividade religiosa; para sua construção, além de pedra, madeira, ferro e terra, são necessários obreiros de muita fé, amor, caridade e vários ideais. Por ser construído em honra a Deus, deve ser um local sublime, ou seja, cheio de elevação celestial.

Nosso templo umbandista, além da construção material, também é feito por obreiros do Senhor, que, cheios de fé, bondade, amor, humildade e caridade, se doam no nosso dia a dia; que, cobertos de ideais de empreendedorismo e crescimento, auxiliam na melhora de nossa estrutura física e espiritual.

Em templos de Umbanda, é necessário que impere o “nós”, pois suas colunas não podem ter separação, vaidade ou egoísmo, porquanto se tem um propósito maior e se trabalha estimulado por uma energia superior, de forma que seus trabalhadores devem refletir essa egrégora elevada através da união, do altruísmo e da boa vontade.

Emmanuel, ao falar do Espiritismo, traz uma mensagem que atinge todos aqueles que trabalham na seara de Cristo: “O Espiritismo é atualmente um templo aberto à fé, uma oficina que se oferece ao trabalho salvador e uma escola que se institui à abençoada preparação das almas. Sob qualquer prisma, faz-se necessário o esforço próprio em vossa matrícula espiritual. Como crentes, devereis cultivar a fé viva; como operário, necessitais de testemunho e movimentação; como aprendizes, não podeis dispensar a observação, o estudo e as provas necessárias” (Livro Mentores e Seareiros).

Na Umbanda não é diferente. Nossos templos, além de suportes físicos, devem ser a passagem para encontrar o caminho do Cristo, para que sirvamos ao seu serviço superior, seguindo suas leis de amor e caridade.

Servir ao Alto não é tarefa fácil, pois exige esforço e vigilância constantes; capacidade de amar, aceitar e respeitar o próximo, mesmo que ele não nos seja caro; constância nos estudos e na reforma íntima; caridade verdadeira; resignação e fé, baseadas na certeza de que tudo que nos acontece tem um motivo maior e nos fará crescer.

No entanto, lembro que, para quem tem uma causa nobre no coração, trabalha na seara de Cristo e é regido pela energia dos divinos Orixás, nada é impossível, nenhum obstáculo é insuperável, nenhum propósito é inexecutável, pois sua determinação é alimentada pelo amor do Pai Maior e sua vida é orientada por Ele.

Utilizo-me das palavras de O Espírito da Verdade: “Deus procede, neste momento, ao censo dos seus servidores fiéis e já marcou com o dedo aqueles cujo devotamento é apenas aparente, a fim de que não usurpem o salário dos servidores animosos, pois aos que não recuarem diante de suas tarefas é que Ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da regeneração pelo Espiritismo. Cumprir-se-ão estas palavras: ‘Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no Reino dos Céus.’ ” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XX, Os trabalhadores da última hora).

Que nossas esperanças se renovem constantemente e que sigamos nosso trabalho de fraternidade, caridade e amor, trabalhando como obreiros da última hora e mantendo nossa casa, o terreiro Ação Cristã Vovô Elvírio, uma casa de Ogum, construída com fé, amor e perseverança, com todas as qualidades de um Templo!