Super User

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1) Organize seus pensamentos – Antes mesmo de chegar ao terreiro, vá pensando nas suas prioridades.

2) Carregue somente sua cruz – Estamos sempre pensando nos outros, nos nossos familiares, amigos ou mesmo inimigos. Concentre-se em você. Isso não é egoísmo, é um caminho para solução dos problemas, primeiramente porque você não interfere no livre arbítrio de terceiros e depois porque é você quem está lá e não os outros.

3) Vista-se adequadamente – Grande parte da população normal usa trajes de acordo com a situação ou ocasião. Terreiro não é passarela ou lugar de “azaração”.

4) Não seja curioso – Durante o atendimento, procure manter o foco na sintonia com a entidade. Quanto mais atenção você prestar no guia que está falando com você, mais rápida e eficiente será sua consulta, você gerará menos dúvidas e, de quebra, você não leva pra casa carga dos consulentes devido ao merecimento por ser xereta.

5) Se você não puder fazer os banhos, defumações, oferendas e tudo mais, diga logo ao guia. Ele não vai ficar ofendido. Agora, se você se comprometeu a fazer o que lhe foi proposto então FAÇA e FAÇA DIREITO. Tudo que lhe é passado para fazer tem um propósito, um objetivo e muito provavelmente tem prazo de validade.

6) Vibre sempre energias positivas – Você está cansado, terminou seu trabalho de atendimento e tem que aguardar o término da gira? Parabéns! Isso significa que você terá mais tempo para refletir e pensar em como melhorar sua vida rezando num templo religioso!

7) A gira terminou? Vá embora – Encontros sociais, conversas com parentes, discussões sobre política, religião e futebol, bem como matar saudade de conhecidos, são coisas para serem feitas em lugares mais apropriados como uma lanchonete, um churrasco de domingo ou mesmo lá na padaria ou no café do supermercado 24 horas. O baixo astral é persistente e age sempre na sutileza, portanto, quanto menos brechas você der, melhor será pra você e para os guias que se esforçaram bastante para buscar soluções nos seus atendimentos.

9) Contribua materialmente com seu terreiro – Todo terreiro usa velas, pembas, ervas e artigos de charutaria. Todo estabelecimento consome água e utiliza energia elétrica. Todo local com muita gente precisa ser limpo também na matéria e para isso são utilizados vassouras, panos e produtos de limpeza. O trabalho espiritual acontece num local físico que precisa ser mantido em ordem para a boa continuidade dos trabalhos. Converse com os responsáveis pelo seu terreiro e veja como você pode contribuir mesmo que esporadicamente. Ao ver uma caixa de doações não finja que não viu. Não importa o valor e sim sua boa vontade e compreensão de que o trabalho espiritual é grandioso e deve alcançar seu irmão, o seu próximo.

10) Não visite – Se você está procurando um terreiro por curiosidade, pra ver como é ou pra ver “se é bom”, por favor, não perca seu tempo. O trabalho espiritual é voltado para quem realmente precisa, tem fé, acredita, trabalha, tem paciência e a compreensão de que tudo que acontece na vida é por puro merecimento.

11) Confie em você mesmo e tenha fé – Ninguém é obrigado a ficar em um terreiro onde não se sinta bem, mas ficar indo em vários terreiros ao mesmo tempo é igual a iniciar o tratamento de uma doença em diversos médicos simultaneamente: além de gastar tempo e dinheiro, seu corpo sofre com medicamentos diferentes. Terreiro não é hotel cuja classificação se faz por estrelas. Ir em 7 terreiros diferentes na mesma semana significa que você, no mínimo, ocupou o lugar de outros 6 irmãos que precisam de consulta.

Precisamos sair da passividade e assumir uma postura mais centrada e inteligente para fazer da nossa Umbanda uma religião de respeito. Clareza e verdade são importantes pra todo mundo, e disciplina, ao contrário do que muita gente pensa, não é escravidão, é liberdade!

Saravá a Umbanda!

 

Fonte: http://paisacome.com.br/portal/orientacoes/sugestoes-assistencia/. Último acesso em 27 de junho de 2016. (com adaptações)

 

 

 

Terça, 07 Junho 2016 08:19

SOMOS FILHOS OU SOBRINHOS?

Um dia um jornalista ao entrevistar uma Mãe de Santo, perguntou: “Quantos filhos a sua casa tem?”.

A senhora não lhe respondeu como ele esperava, disse que ele deveria acompanhar as atividades do terreiro na próxima semana que ele teria a resposta. E assim foi no sábado pouco antes de iniciarem os trabalhos lá estava ele sentado na assistência observando tudo. Viu que havia mais ou menos 40 médiuns, quase todos estavam na corrente, prontos para a gira, e aproveitavam estes momentos que antecediam o inicio dos trabalhos para mostrarem uns aos outros suas roupas novas, ou para colocar algum assunto em dia. Mas notou também que um grupo de cinco médiuns estava em plena atividade arrumando as coisas para o inicio dos trabalhos.

O trabalho foi muito bonito e alegre, quando terminou viu que a grande maioria dos médiuns se apressa em se retirar, uns porque queriam chegar logo em casa, outros por terem algum compromisso. Notou mais uma vez que aqueles mesmos cinco médiuns que antes do inicio arrumavam as coisas, agora eram os que começavam a limpar e organizar o terreiro depois dos trabalhos.

Na segunda feira havia um momento de estudo no terreiro e ele foi convidado, ao chegar ao local, chovia muito e, viu que menos da metade da corrente se fazia presente, novamente notou que aqueles cinco estavam lá.

Na quinta feira haveria um trabalho na Lina do Oriente, e também passaria na TV um jogo da seleção, novamente bem menos da metade da corrente apareceu, mas aqueles cinco estavam entre eles.

No sábado novamente estava sentado na assistência e novamente repetiu o que havia acontecido na semana anterior, os cinco médiuns fazendo os últimos preparativos para o inicio dos trabalhos, e também a limpeza assim que estes se encerraram, e foi no término dos trabalhos que foi chamado pela Mãe de Santo, que lhe perguntou:

– Você conseguiu descobrir quantos filhos tem em nossa casa?

– Contei 43 minha mãe – respondeu.

– Não, filhos de verdade tenho cinco. São aqueles que estavam presentes em todas as atividades da casa.

– E os outros?

– Os outros são como se fossem “sobrinhos” de quem gosto muito e que também gostam da casa, mas só visitam a “tia” se não houver nenhum atrapalho ou programa ‘melhor’, e mesmo vindo muitas vezes ficam contando os minutos para acabarem os trabalhos.

O rapaz muito sério perguntou:

– E por que a senhora não impõe regras para mudar isso?

– Meu filho a Umbanda não pode ser imposta a ninguém, tem de ser praticado com entrega, o amor à religião não pode ser uma obrigação, ele deve nascer no coração de cada um, e o mais importante, a Umbanda respeita o livre arbítrio de todos os seres…

E nós, somos “filhos” ou “sobrinhos” de Umbanda?

 

http://centroseteflechas.com.br/textos/somos-filhos-ou-sobrinhos/

Sexta, 01 Janeiro 2016 15:51

FIRMEZA E ASSENTAMENTO

Muito se ouve falar dentro dos terreiros de umbanda sobre assentamentos e firmezas, normalmente os trabalhadores de terreiros sabem da existência desses elementos mas não compreendem os seus fundamentos, pois geralmente é o dirigente quem os manipula. Porém, firmezas e assentamentos não são ferramentas para uso somente de dirigentes, nem tão pouco são segredos, pois são utilizados para sustentar e proteger toda a estrutura material e espiritual de um terreiro de umbanda ou de uma casa comum.

O assentamento geralmente é utilizado em locais onde há trabalhos espirituais constantes, sendo assim, podemos entender que a sua atuação como fonte de energia será de grande intensidade, comportando-se como um vórtice (portal) ligado às forças da natureza e as vibrações dos Orixás, partindo diretamente destes. O assentamento tanto pode ser feito para um Orixá especifico como para uma linha de trabalho, por exemplo, os dois principais assentamentos de um terreiro são o assentamento para a Linha da Esquerda (Tronqueira), que visa a defesa energética do local, e o assentamento do Orixá de frente do dirigente do terreiro, que irá traçar as características energéticas daquele centro.

Normalmente para assentar uma Força (Linha de trabalho ou Guia espiritual) ou um Poder (Orixá), são necessários certos elementos magísticos que, após consagrados e imantados com as respectivas vibrações por meio de algumas ritualísticas, irão sustentar o assentamento, mantendo-o sempre ativo. Estes elementos consagrados podem ser pedras respectivas do Orixá, punhais, pontos riscados, terra, ervas, bebidas, fumo, pemba, dentre outros. A vela de sete dias pode vir a ser necessária no assentamento, para isso é preciso deixá-la sempre acesa e renová-la ao seu término, mas, caso venha a apagar, os outros elementos estarão sustentando energeticamente o propósito daquele assentamento.

Juntamente dos assentamentos, utilizam-se também as firmezas, que também podem ser utilizadas tanto para Linhas de trabalho quanto para Orixás. As firmezas tem características diferentes, possuem fins específicos.  Por exemplo, acender uma vela para o Anjo da guarda, pedindo proteção e amparo durante épocas difíceis, é um tipo de firmeza. A firmeza necessita de constante renovação de Axé, pois não tem a característica energética de irradiação constante como um assentamento, a firmeza depende, assim, do auxílio de algum elemento (velas, incensos, bebidas, fumos etc) usado para direcionar uma energia, sendo assim, quando o elemento acaba, a firmeza perde sua força. É interessante comentar que as firmezas e os assentamentos atuam juntos dentro do terreiro, onde a firmeza exercerá o papel de fornecer mais opções de trabalho para os Guias da casa, ou seja, ela aumenta o acesso das entidades a elementos de trabalho que visam ajudar a casa e seus assistidos. 

Cabe ainda salientar a importância do assentamento da Tronqueira e do Altar de um terreiro, que formarão dois respectivos polos: o negativo, que atuará como absorvedor de energias densas, e responsável pelo campo de força em torno do terreiro; e o positivo, que atuará como fonte irradiadora das vibrações dos Orixás, aglutinando, amplificando e distribuindo essas vibrações a todos.

De nada adiantam assentamentos e firmezas grandiosas, com diversos elementos, de extrema qualidade e luxuosos, de nada adianta pagar para alguém assentar ou firmar algo que não está dentro de você. Seja você mesmo o criador e o sustentador daquilo que está a sua volta, coloque seu amor, sua fé, seu carinho, sua devoção naquilo que você está fazendo. Todos nós podemos ser um templo vivo, então assente ou firme aquilo que está dentro de você!

Luz na Umbanda, Firmeza e assentamento. 22.5.2013. Disponível em: <http://www. luznaumbanda.blogspot.com/2013/05/firmeza-e-assentamento.html/>. Acessado em 21 de janeiro de 2016. (Com adaptações)

Quinta, 29 Outubro 2015 11:26

Oxum

Outubro é o mês das crianças e de Nossa Senhora Aparecida, a mãe do menino Jesus e padroeira do Brasil. O dia 12 é um feriado nacional dedicado tanto aos pequenos quanto a nossa padroeira. Seria essa data em comum uma coincidência? No dia de Nossa Senhora Aparecida, grande parte dos Umbandistas comemora o dia do Orixá feminino Oxum. 

Rainha das águas doces, das cachoeiras, do ouro, da maternagem1 e da fertilidade, Oxum é a grande força que nutre, sustenta, ampara e cuida: ela é a presença do AMOR que une a humanidade. Imagine uma lareira aquecida, um abraço acolhedor, um cuidado que nos proporciona a sensação de sermos amados e aceitos como somos... Isso é Oxum! Ela está presente tanto em homens quanto em mulheres. Culturalmente, aprendemos a pensar que essas características amorosas e sensíveis são próprias das mulheres, mas essa crença é um engano, pois o espírito não tem sexo e encarna ora como homem, ora como mulher. O que ocorre, geralmente, é que as mulheres são ensinadas a expressar o seu lado Oxum, enquanto isso é negado aos homens, que precisam ser duros e negar sua sensibilidade. Porém, a capacidade de amar e ser amado está em todos! 

Mas, afinal, o que o dia das crianças tem a ver com Oxum? Simples: Oxum é a guardiã das crianças. Nas giras de Oxum, é muito comum sentirmos a energia alegre e leve das crianças, pois sua força atrai para perto as crianças encarnadas e desencarnadas. Com muita sensibilidade, quem cuida de um bebê consegue atender às suas necessidades apenas diferenciando um choro de outro. Essa “magia intuitiva” é o campo especial de atuação de Oxum, ela é a força de sensibilidade e amor que nos leva a perceber as nossas necessidades íntimas e as daqueles que estão ao nosso redor. 

A maternidade e a paternidade trazem uma certeza: a felicidade dos pais sempre dependerá da felicidade dos filhos. Pais dedicados nunca estão felizes se seus filhos não estiverem felizes. Oxum nos ensina a nos dedicarmos incondicionalmente, mesmo sem obtermos nada em troca. Contudo, a ideia de entrega e investimento afetivo não está presente apenas nas relações entre pais e filhos.  Todo projeto ou sonho que desejarmos realizar precisa de nosso investimento emocional. Devemos colocar amor em tudo o que fizermos por nós e pelo próximo, este é segredo do sucesso!

O Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap. 11) nos diz que “a lei do amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e extingue as misérias sociais”.  Oxum quer nos ensinar, ainda, a lei de amor universal, aquele que transcende barreiras consanguíneas ou de laços afetivos. Ela nos mostra que nosso semelhante é também parte de nós e que a nossa felicidade nunca será possível sem a felicidade do próximo. É o amor de Oxum que nos ensina a compaixão, a indulgência, a empatia e, por fim, a caridade. 

A caridade e o amor são o “ouro”, símbolo de pureza, que representa a verdadeira riqueza de Oxum. Quem ama está sempre na companhia de seus semelhantes compartilhando, dividindo, ofertando e recebendo, a ele nunca há de faltar nada, pois constantemente atrai as forças universais da abundância pelo simples fato de vibrar amor. A quem recorre a Oxum buscando prosperidade financeira, ela pergunta: “Você tem amado, compartilhado suas bênçãos e cuidado de si e do seu semelhante?”. 

Como espíritos ainda na infância evolutiva, que saibamos receber o que essa doce mãe tem a nos ofertar e ensinar. Que a beleza, a pureza e o amor de Oxum inundem sua vida com a água fértil da caridade e da alegria! Oraieieu, mamãe Oxum! 

1Maternagem se refere aos cuidados afetuosos destinados a uma criança. Refere-se não apenas à mãe, mas a qualquer pessoa que seja a responsável por nutrir uma criança de atenção e cuidados. A maternidade é um fato, enquanto a maternagem é uma escolha.