CAPOEIRA, SUAS FASES E SUA CONEXÃO COM A ESPIRITUALIDADE (parte I)

Avalie este item
(0 votos)

Para falarmos de capoeira, temos que começar logo pelo seu nome, a origem do nome capoeira vem de uma vegetação secundária composta por gramíneas e arbustos esparsos. O termo, oriundo do tupi, designa o mato que nasceu no lugar de vegetação cortada.

Significa, literalmente, "mato do passado", de ka'a ("mato") e uera ("do passado").

Mas esse “mato” originou o nome de uma luta a qual foi criada por negros escravizados no período colonial, essa serviu para esses negros lutarem contra a opressão do branco.

A Capoeira foi criada por Negros Africanos Escravizados aqui no Brasil, tendo ela como sua denominação de “Afro Brasileira” – Não Somente brasileira, muito menos somente africana, mas com uma miscigenação de forças e culturas distintas.

A capoeira por sua natureza promove mutabilidade constantemente, sempre se adaptando a necessidade para promover o resgate, tanto social, quanto espiritual. Ela se apresenta evidentemente em três momentos após seu surgimento, cada um, com sua devida importância e necessidade.

Ao som de um instrumento chamado berimbau, acompanhado de atabaques e outros instrumentos que com passar do tempo formaram a tão famosa “bateria”, pois assim vários grandes mestres se referem a instrumentação usada na prática da capoeira. Não diferente da nossa Umbanda... “GUNGA, MÉDIO E VIOLA (três tipos de berimbau) RUM RUPI E YLÉ (Três tipos de atabaques) coincidência ou não a capoeira e o culto aos orixás (Umbanda, Candomblé) estão muito interligados, energeticamente falando.

 

Primeiro momento - Capoeira Escrava

Trazidos de suas terras do continente africano, onde a maioria tinha suas riquezas e valores em suas comunidades, posições de honra e muito respeito, o negro foi escravizado pelo branco europeu, trazidos para serem ferramenta de “mão de obra” no corte da cana e colheita do café, dentre outras situações.

Dor, desrespeito, maus tratos, sofrimento... Piores flagelos dos quais um ser humano poderia viver, tais tão semelhantes às que Cristo sofreu antes de ser crucificado – Muitos foram açoitados até a morte para servir de exemplo no tocante de disciplina perante ao “branco senhor”.

O Negro escravizado viveu a mais pura expressão de dor naquele período, mas com sua força, sua fé nos orixás (até então desconhecidos pelo Branco), muitos deles tiveram a motivação necessária para vencer tantas tribulações. O simples fato de poder lutar, já era algo majestoso para eles, em vida, poderem mostrar ao “branco malvado” que não o respeitava, que havia força e dignidade naquele povo.

Surge a capoeira, a arte de se defender de modo ágil e eficaz. O negro não podia aprender a se defender, o branco jamais iria permitir seus escravos terem condições de se opor aos seus mandos, uma vez que o branco não podia perder sua mão de obra barata. Sabendo disso, a repressão sobre qualquer questão nessa semântica, de imediato era tratada com muita fúria e violência pelo branco.

Os negros logo conseguiram buscar um caminho para fazer da capoeira, uma das maiores armas de defesa.

Muitos morreram naquela época, espíritos que anos depois, surgiram em centros de Umbanda e reuniões espíritas. Se manifestaram trazendo sua mandinga, seu entendimento sobre várias questões da vida, com a vivência e sabedoria, esses escravos só desejavam ter sua vida de volta, acesso aos seus entes queridos e terra de origem.A dor foi transformada em ensinamento, a saudade tornou-se força para buscar a luz – Quantos pretos velhos nos dias de hoje, apresentam-se, trazendo toda essa experiência de vida e conexão com virtudes, que os fazem entidades de luz?

É compreensível e fácil de entender a força dos pretos-velhos, se utilizarem da energia dos orixás como Omolú (orixá regente da força dos pretos-velhos) e dentre outros orixás, de acordo com a necessidade energética para cada situação em específico.