POR QUÊ SOU UMBANDISTA?

Avalie este item
(0 votos)

O que é ser um umbandista? O Umbandista é aquele que pratica a umbanda, entende e realiza os fundamentos, que respeita os Orixás, ou basta ser aquele que vai ao terreiro e veste o branco? O que é ser um verdadeiro umbandista?

Para entender e refletir sobre a verdadeira caracterização de ser um umbandista, são necessárias algumas reflexões sobre o que vem a ser uma verdade. A verdade é aquilo que está ligado à sinceridade; é uma afirmação de atitudes corretas, é uma realidade, é o contrário da mentira. No universo, temos “a verdade” (suprema, que se realiza pelas leis universais); a nossa verdade; e a verdade do outro. Podemos, então, refletir que ser um verdadeiro umbandista implica três visões: a nossa visão, a do outro e a visão do cosmos.

Alguns fundamentos para ser um verdadeiro umbandista são imprescindíveis: amor, caridade, humildade, não preconceito.

O amor nos é ensinado por Jesus sob a imagem dos seguintes pilares: amar a Deus sobre todas as coisas, ao próximo como a nós mesmos e à natureza. Para começarmos a prática desse amor, devemos partir do autoamor, porque ele nos levará à felicidade pelo caminho do perdão. Perdoar é fazer as pazes com o passado, entender que todos temos limites, e que todos temos um caminho único. “O caminho da felicidade do outro pode estar bem distante de ti, diferente de onde te sentes bem”, como afirma o autor espiritual Alex Zarthu, no livro Quietude.

O preconceito deve ser combatido com simples atitudes, como buscar os distantes, os tímidos, abraçar a todos sem distinção, por exemplo. Evitar o preconceito é uma manifestação da caridade.

Um dos maiores pilares que Jesus nos deixou: “fora da caridade, não há salvação”. Para o umbandista isso significa colocar-se à disposição dos Guias, conservando a quietude interior, preservando suas reações, comprometendo-se ao autoconhecimento, ao autoamor. Ajudar sem esperar nada em troca, evitar a soberba, a arrogância, corrigir com afabilidade e temperança.

A humildade dentro do terreiro não começa com os pés no chão, ou com o vestir branco: começa quando entendemos que não sabemos nem 10% do que se passa no terreiro entre as dimensões em que as entidades trabalham. Por isso, devemos saber ouvir os conselhos dos Pretos-velhos e de todos que trabalham assumindo a responsabilidade pelo trabalho magístico e material dentro da casa. Entendendo e respeitando a hierarquia, aceitando as correções, orientações, regras. Tolerar que nossos planos, expectativas e gostos sejam de alguma maneira frustrados ou que alguém possa contrariar seu pensamento.

Para esse aprendizado de ser um verdadeiro umbandista, devemos nos propor a lamentar menos e poupar energia para ações positivas. Nessa nova leitura de ação dentro do terreiro, vamos evitar o auto boicote, vamos dar continuidade ao nosso progresso, à conscientização dentro da corrente, com referência de bons exemplos. Faça o seu trabalho com qualidade, ética, compromisso e respeito, e você perceberá como a consciência da comunidade em que vivemos melhorará.

A proposta de ser um verdadeiro umbandista requer o aprendizado de aprimorar nossa maturidade: troquemos intensidade por constância, aparência por essência, ansiedade por calma, corpo por alma, rancor por amor.