PARA MORRER, BASTA ESTAR VIVO

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Se a morte do corpo é algo tão certo, porque não vivermos buscando a melhoria espiritual? Pois, essa sim é a única certeza que temos: que há vida após a morte!  

A morte pode ser definida como: óbito (do latim obitu), falecimento (falecer+mento), passamento (passar+mento), ou ainda desencarne (deixar a carne) (wikipedia). Mas, se o objetivo é vivermos prosperando, não vamos falar do processo de interrupção da vida corpórea, e sim do falecimento de crenças e hábitos nocivos que nos impulsionam para a felicidade. 

Afinal, não nos matamos apenas quando comemos alimentos indevidos, ou bebemos algo tóxico para o organismo, ou quando deixamos de cuidar da saúde física. Nossos pensamentos e sentimentos são fontes de alimento para nosso espírito, e, se assim é, concluímos que a qualidade do que pensamos ou sentimos vai determinar o cuidado que temos com nosso corpo espiritual. 

Nossa mente plasma (cria) no corpo astral e no mundo astral imagens que possuem cores e vibrações energéticas compatíveis com a carga que emanamos. Ou seja, se imaginamos situações pessimistas, de perda, de culpa, de vitimização, moldamos espiritualmente um campo energético que vibre nessa sintonia negativa, e essa criação vai nos acompanhar por onde caminharmos, ao longo dos nossos dias. 

As células espirituais se impregnam dessas energias deletérias, e no funcionamento natural de troca de energia entre essas células e as do corpo físico, ocorre uma espécie de “contaminação” do organismo biológico do encarnado, tendo como consequência o mau funcionamento dos sistemas (cardíaco, respiratório, vascular, muscular, articular, ósseo, digestivo, reprodutor). Daí, podemos dizer que surgem várias das doenças as quais a ciência não explica a causa, e as que ela explica também. 

O campo energético que criamos, seja ele, positivo ou negativo, se fortalece a medida que mantemos as imagens que são afins à eles, seja consciente ou inconscientemente. E aí vem a pergunta: se está no meu inconsciente, como vou detectar esses pensamentos? E a resposta: por meio do autoconhecimento. 

Nossas atitudes, a forma como nos comportamos e como nos tratamos (assim como tratamos os que estão à nossa volta) nos dizem exatamente quem somos. Frente aos acontecimentos do dia a dia podemos nos permitir avaliar o que sentimos e o que pensamos, e dessa forma observar as nossas reações e o que emanamos. Nossas ações e palavras são o diagnóstico do o que nos vai na alma.  

Se na sua auto-avaliação você detectar que seus sinais e sintomas são de uma pessoa “doente” emocionalmente, sentimentalmente e socialmente, permita-se ser o seu próprio doutor e se automedique. Seja sincero consigo mesmo e reconheça suas falhas e pontos fracos, mas não faça isso buscando a culpa, a vitimização, ou para que os outros tenham pena de você. Faça dessa descoberta um momento de libertação, de tratamento, da morte dos seus medos, inseguranças entravas espirituais. 

Permita que seu negativismo e a auto-sabotagem desencarnem do seu corpo espiritual. Que os sentimentos de egoísmo, inveja, insegurança, rancor, mágoa, depressão faleçam no mundo astral. 

Faça uma oração diária e peça ao Orixá Omolu que abra os portais dos seus corpos astrais à renovação e à transmutação das crenças malfazejas.  

Se Omolu é o senhor da vida e da morte, então, que todos os dias ele nos acompanhe e traga o “passamento” das células que já estão danificadas para dar espaço àquelas que sejam formadas por energias salutares.              

Se para morrer, basta estar vivo, então que saibamos enterrar as emoções e paixões que não nos fazem bem. Que as experiências que nos trouxeram sofrimentos sejam sepultadas junto com o passado, e o aprendizado vivido seja eterno para o amadurecimento espiritual. 

Se Omulu se escondia embaixo de uma roupa de palha, pois tinha vergonha de suas chagas, mas ao soprar o vento de Iansã (que “varreu” as impurezas) se mostrou um belo homem, então sabemos que não precisamos ter vergonha de quem somos. E que, pedindo com fé à esse orixá podemos dar vida às nossas verdadeiras qualidades. Não precisamos nos esconder nas palhas, pois fomos criados à imagem e semelhança de Deus. A semente divina está plantada no seu interior, e irá brotar assim que permitirmos que ela ganhe vida. 

Pensamentos de otimismo, gratidão, auto-aceitação, perdão, vitória, esperança, e, claro, o amor, são os nutrientes que precisamos para germinar essa centelha divina que carregamos n’alma. Que Omolu seja nosso guia e protetor nesse processo de morte-e-vida para uma vida plena. 

Atotô.

Médim Lisia Lettieri.