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Na história da humanidade, alguns fatos foram marcantes para que chegássemos até o nível de evolução atual. Indivíduos nômades, que viviam da colheita de frutos e da caça de animais, evoluíram até o que somos hoje, por exemplo. Além disso, podemos citar algo que contribuiu para a manutenção do homo sapiens na Terra, bem como para sua evolução: o domínio do Fogo.

O fogo, fisicamente, é a oxidação de um material combustível, liberando calor, luz e produtos de reação. Hoje, esse conceito se torna simples: como um fósforo aceso. Mas tenha em mente que este simples ato de riscar um fósforo é fruto de milhares de anos de evolução e trabalho humano para controlar uma das energias mais importantes do planeta. O fogo foi responsável por mudar a alimentação, facilitando a ingestão de proteína animal da caça e colaborando com o desenvolvimento da inteligência humana; afastar os predadores dos humanos, facilitando a reprodução e o aumento da população na terra; manter temperaturas possíveis de sobrevivência em áreas frias; entre outros avanços.

A Lei de Lavoisier diz que: Na natureza, nada se cria, nada se perde. Tudo se transforma. Einstein, com o conceito de equivalência massa-energia, nos mostrou que tudo no Universo é energia. Estas leis, somadas ao que é, fisicamente, o fogo, comprovam sua força e capacidade de transmutar energias. Sua força de transformação é tão forte que até os metais mais resistentes do planeta só podem ser moldados ou rompidos com fogo.

Entretanto, esse processo de evolução e “domínio” do fogo não foi apenas material. Estas conquistas sempre foram acompanhadas de sua utilização para rituais religiosos/magísticos. O fogo representa a ligação com o divino, o contato com o oculto. A utilização de velas, como em nosso terreiro, e de fogueiras com finalidades sacras exemplificam isto. O fogo é utilizado como elemento de força e conector com a espiritualidade, pois abre portais de luz para pedidos, agradecimentos, orações.

É nesse contexto de utilização divina e material que temos o fogo associado a diversas situações de nossa vida. Seja para caracterizar uma paixão ardente ou para descrever uma pessoa enérgica. E quem nunca ouviu “quem brinca com fogo se queima!”? Este conselho simples, e tão comum, servirá para nós sempre. 

Na Umbanda, um dos orixás que regem a energia do fogo é Ogum. Ele utiliza desta força para desfazer demandas, revigorar seus filhos, abrir caminhos, resgatar e aplicar a lei conforme o merecimento de quem recebe. Seus filhos trazem o fogo em suas atitudes mais energéticas, a busca e o foco pelos objetivos traçados, e a defesa daqueles que necessitam. Trazem a energia do fogo na luta contra o mal, limpando e, principalmente, iluminando as zonas mais escuras.

O fogo é um elemento puro e sério. Ele pode queimar uma casa ou cozinhar uma comida. Sua utilização, como a de qualquer energia, está associada à intenção de quem o manipula. Utilizado corretamente, ele pode abrir seus caminhos; destruir males que lhe cercam; trazer energia nova; dar força para aquele momento difícil; ajudar-lhe a se conectar com seus mentores; iluminar um caminho. Cuide sempre para que seus desejos e pedidos a ele sejam para o bem, para que ele não seja usado contra você, pois nada escapa das leis divinas. Quem desafia o fogo sempre sai perdedor.