RITUALÍSTICA ACVE

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Irmãos, 

É sua primeira vez nesta casa? Mesmo que não seja, vocês conhecem os rituais da gira?

Então, sejam bem-vindos ao Terreiro de Umbanda Ação Cristã Vovô Elvírio (ACVE)! 

Antes de iniciarmos nossa “viagem” para dentro de uma gira, é válido lembrar que este é um terreiro regido pela força de Ogum, o orixá guerreiro, senhor dos caminhos, das conquistas e um dos que auxiliam na movimentação das energias. Sendo assim, o que podemos observar são giras sempre movimentadas ou até mesmo com constantes mudanças na ordem ou na forma como são feitos os rituais. 

Nosso Pai de Santo costuma dizer que a gira começa no momento em que você se conecta mentalmente com o terreiro, pedindo auxílio espiritual. Daí em diante, os amigos desencarnados iniciam a preparação astral para os atendimentos que serão feitos nos dias de trabalho. Agora, então, vamos nos imaginar no ACVE acompanhando o desenrolar de um dia de trabalho mediúnico... Nossa gira vai começar! 

Para a preparação do ambiente, é realizada a leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo, seguida de um comentário espontâneo acerca do que foi lido e, depois, é feita a prece de Cáritas. Nesse momento, os mentores espirituais têm maior abertura no nosso campo mental (pois elevamos nosso pensamento e sentimento ao alto) e, assim, conseguem se aproximar mais de nós, recebendo e abençoando nossos pedidos. Nosso campo astral já está sendo preparado para o tratamento que será recebido.

Com o ambiente vibrando numa frequência energética mais apropriada, é realizada a firmeza da tronqueira, quando saudamos e pedimos a atuação de Exús e Pombagiras, que são entidades responsáveis pela proteção da casa e por dispersar as cargas negativas que carregamos conosco no dia a dia. Eles preparam os materiais espirituais que serão utilizados para a limpeza energética, assim como controlam a entrada e a saída de espíritos em estado de perturbação e desequilíbrio.

Em seguida, saudamos as almas: as puras e as impuras. Ou seja, abrimos um portal para que os espíritos superiores possam estar conosco durante os trabalhos, assim como para que os espíritos menos esclarecidos possam ser encaminhados para os lugares necessários.

São diversos os campos de atuação das entidades e cada linha de trabalho se especializa para atender a determinados casos. Por isso, saudamos: baianos, ciganos, marinheiros e boiadeiros. Estas são linhas de trabalho que auxiliam na sustentação energética da gira e que possuem características peculiares para solucionar as necessidades que surgirem.

Logo depois, para pedirmos a benção maior e a autorização para que a gira aconteça, saudamos Oxalá, orixá que nos banha com seu magnetismo e ajuda a sustentar nossa fé durante todo o trabalho.

Em seguida, são chamados os caboclos para firmarem seu ponto e garantirem que os elementos da natureza sejam trazidos para auxiliar nos trabalhos de dispersão e reposição energética. Eles também são grandes guerreiros do bem quando o terreiro sofre um ataque das trevas, garantindo a ordem.

Também é um caboclo, Senhor Pé Ligeiro, que faz a firmeza dos atabaques. A Curimba, desde o início da gira, trabalha auxiliando a sintonização dos médiuns com suas entidades (por meio dos pontos cantados), mas também, com o toque dos atabaques, auxilia na quebra de miasmas e demandas. 

A defumação geralmente é realizada sob o comando dos caboclos, que usam as ervas para limpar mais a fundo o ambiente e nossos corpos astrais. Agora, quando formos passar pelo passe estaremos carregando uma camada energética menos densa. Além disso, estaremos mais propícios para receber as energias salutares que essas entidades nos trazem.

Após o passe, estamos mais abertos espiritualmente para o atendimento com os pretos-velhos, entidades sábias que nos auxiliam a desfazer nossas amarras emocionais e psicológicas para caminharmos no sentido da reforma moral e da elevação espiritual. São eles que vão nos direcionar para tratamentos complementares como: puxada, cromoterapia e sala de tratamento físico espiritual. 

Diante de toda essa preparação que, após a conversa com os pretos velhos, nos sentimos aptos a voltar para nossa rotina diária e seguir em frente, enfrentando as vicissitudes da vida. Vendo todo o cuidado e desprendimento que as entidades têm para nos auxiliarem, não tem como nos sentirmos desamparados, não é mesmo? 

Para encerrar o trabalho, os médiuns dão as mãos em cima do congá e fazem uma grande roda, na qual os amigos espirituais atuam no equilíbrio de forças entre os membros da corrente. Esse é o momento de agradecermos a Oxalá pela proteção e pelas graças recebidas no dia. 

Salve a Umbanda!